sexta-feira, 23 de janeiro de 2015

Vivendo numa era em que os fatos não importam

O economista Paul Krugman em sua coluna de ontem na Folha de São Paulo afirma:


Agora é oficial: 2014 foi o ano mais quente já registrado. Você poderia esperar que isso seria um marco politicamente importante. Afinal, aqueles que negam a mudança climática há muito usavam o pico de 1998 –um ano incomumente quente, devido em grande parte ao afloramento de água quente no Pacífico– para alegar que o planeta tinha parado de aquecer. Essa alegação envolve um incompreensão total sobre como se identifica as tendências por trás. (Dica: não escolha a dedo suas observações.) Mas agora até mesmo esse argumento falso ruiu. Assim, os negadores agora reconhecerão que a mudança climática é real?

É claro que não. Evidência não importa para o "debate" a respeito da mudança climática, onde coloquei debate entre aspas porque, dada a irrelevância óbvia da lógica e das evidências, não se trata de fato de um debate em qualquer sentido normal. E essa situação está longe de ser única. De fato, a esta altura é difícil pensar em qualquer disputa envolvendo políticas importantes onde os fatos realmente importam. É um dogma inabalável de modo geral. E a verdadeira pergunta é, por quê?

De fato, essa é a pergunta chave: a quem interessa atropelar o processo democrático ?

O estatuto, que nem um ano de vida tem, já nasce sendo "adaptado" a interpretações tresloucadas e ofensivas à legalidade.

O respeito intransigente ao normativo legal que rege o processo democrático tem que ser "norma pétrea", pois isso é antídoto contra eventuais oportunistas e/ou contumazes descumpridores da Lei, sejam eles presidentes ou presidentas, posto que saberão que há limites e que estes, duramente conquistados, serão defendidos.

A campanha da legalidade não visa fulanizar, mas, tão somente, impor o republicanismo.

Blanco

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